8.18.2008

traço

Silêncio assassino, assistindo a mentiras, num cubículo isolado, enquanto concatenadas explosões universais se perpetuam inaudivelmente no interior, enquanto nada nem ninguém aparece, o estar só transborda, quase se tornando o todo, não existindo sentido além desse tênue estado. Vezes, como se num pequeno aquário pequeno peixe fosse, cercado por profundas sombras, vez ou outra percebendo certo olhar que passa, sabendo estar em mentira, como que vigiando, como que com medo da verdade que existe aqui... Vezes é confortante sentir o medo do inimigo, sentir sua incompetência, vislumbrar suas fraquezas como o fundo duma água rasa e límpida... Vezes, porém, o estado contido duma arma feroz adormecida leva a um deserto frio e inóspito, e conversar com o som do condicionador de ar nem sempre substituí o “bom dia”, o sorriso, o afago.

8.08.2008

três

São três eternos minutos, entre ternas e intocáveis fonias, fobias latejantes dançando levemente por entre os umbrais misteriosos de outrora, e parece que as sombras flertam com a luz amarela, pintado as cortinas brancas que não se agitam, mas não se aquietam, ao sabor sonoro duma trivial brisa, trivial e doce...