Vocês já ouviram falar sobre o perfeito idiota latino-americano? Aquele tipão, esquerdista, frustrado, que tende a entender o sucesso alheio como seu motivo de fracasso, e deposita na iniciativa estatal a única e verdadeira ação que pode, miraculosamente, curar todos os males. Já esbarrou num discurso desses? Imagino que sim. Eu mesmo já notei muitos universotários que caminham por essas veredas, aprendendo a engolir esses discursos reacionários que ainda demonizam a globalização, como se ainda fossemos índios imaculados que necessitam proteger-se da exploração macabra que vem de fora. Quando eu era menino, até fazia sentido, mas, observando racionalmente, essas idéias soam frágeis.
Através de investimentos estrangeiros, mesmo em países pobres ou sem recursos naturais, muita gente saiu da miséria e alguns países se nivelaram a países desenvolvidos. Cingapura, Espanha, Irlanda, Nova Zelândia e outros estão caminhando. Por outro lado muitos sofrem com a miséria justamente pela falta de investimento estrangeiro, e ou, pelo próprio sistema econômico que é falho. É difícil para o idiota associar o sucesso ao trabalho, e é muito fácil para ele, desassociar o continuo fracasso a própria incompetência. Ele não concebe a idéia de que o trabalho, com interação e inteligência, promove o desenvolvimento, nem que esse trabalho deva ser realizado por toda população, não estando somente na mão do Estado, e não aceita que, para quem estiver disposto a isso (trabalho), a globalização muito mais ajuda do que atrapalha.
Hoje de manhã eu ouvi o Lula falar “a Amazônia tem dono”... Achei até que ele fosse vociferar em seguida: “e sou eu!!”. Mas o Lula não pode bancar o idiota aqui dentro, apesar de se encaixar bem no perfil, completou com: “o povo brasileiro”. Eu sinceramente não sei o quanto realmente a internacionalização da Amazônia pode ser nociva ou benéfica. Desconfio, porém, que o discurso popular e aterrorizante de que estão querendo nos roubar a Amazônia é fruto do pensamento medíocre dos perfeitos idiotas latino-americanos, e de exploradores nacionais que querem continuar bancando o cavalo do cão por aqui.
Você pode encontrar o Idiota destrinchado nos livros O Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano, e A Volta do Idiota, do trio Plínio Mendoza, Calros Alberto Montaner e Álvaro Vargas Llosa.